Se você assiste Falcão e o Soldado Invernal, você já deve estar de olho nos Apátridas (Flag-Smashers, no original). Você sabia que, nos quadrinhos, esse grupo não existe? Ou quase isso. Vamos explicar!
A série Falcão e o Soldado Invernal tem trazido à tela vários elementos um tanto quanto obscuros do lore do Capitão América. Por exemplo, muita gente está conhecendo o John Walker e o Estrela Negra só agora.
E como esses, também são os Apátridas.
Quem são os Apátridas?
Verdade seja dita, esses personagens de Falcão e o Soldado Invernal estão BEM diferentes na série, se comparado aos quadrinhos.
O grupo que vemos na série não existe assim nos quadrinhos. Por outro lado, existe nas HQs do Capitão América um supervilão chamado de Apátrida.
O seu nome verdadeiro é Karl Morgenthau e ele era filho de um diplomata suíço que viajava o mundo inteiro em missões de paz. Karl acompanhava o pai e, por causa disso, ele viveu em vários países, aprendeu vários idiomas e costumes diferentes.
Ao mesmo tempo, Kahl Morgenthau também sofreu vários preconceitos por ser estrangeiro. Tudo vai por água abaixo quando o pai dele morre pisoteado durante uma conferência de paz na Latvéria (mais um dos inúmeros países fictícios que existem no universo Marvel).
Obviamente esse evento revoltou Karl, que largou a faculdade e mudou seu objetivo de vida. O pai de Karl queria trazer a paz mundial por meio da unificação de todos. Vale lembrar que o próprio Karl também queria isso, mas chegou à conclusão de que os métodos do pai eram muito pacíficos.
Então, ele decidiu fazer diferente. Ao invés de discursos de paz, Karl optou por usar o que, na opinião dele, era a única língua que todos entenderiam: a violência.
Apátrida ou Flag-Smasher?
Na visão de Karl, o que divide a população e impede a paz mundial é justamente a divisão da sociedade em diferentes países, idiomas e costumes. Segundo ele, isso era a fonte de inimizades, preconceitos e outros atritos que não existiriam se não houvesse o sentimento de patriotismo.
Sendo assim, o objetivo de Karl seria acabar com os conceitos de nação e de nacionalismo, para que o mundo fosse unificado: sem países, sem governos e povos diferentes.
Então, Karl começou a atacar vários países, queimando bandeiras pra anunciar sua ideologia extremista. Por conta disso, ele ficou conhecido como Flag-Smasher (algo como “Esmagador de Bandeiras”). Já na tradução brasileira ele foi chamado de Apátrida.
Como ele era um vilão que odiava tudo o que era relacionado ao patriotismo, obviamente um herói como o Capitão América representaria tudo o que ele mais odeia. Nas HQs, o Apátrida se tornou um inimigo recorrente do Capitão América, mas ele não é exatamente um vilão.
O Apátrida está mais para um anti-herói, porque ele não quer objetivamente o mal das pessoas, “apenas” tem um ideal extremista que vai contra o pensamento do senso-comum no mundo.
Essa é a história do personagem nos quadrinhos. A contraparte do Apátrida na série do Universo Cinematográfico Marvel (UCM), mantém boa parte do conceito, mas desenvolve tudo de uma maneira um pouco diferente.
Apátridas em Falcão e o Soldado Invernal
Pra começar, o Apátrida Karl Morgenthau não existe no UCM. No lugar dele, existe uma garota chamada Karli Morgenthau. Além disso, não existe apenas um Apátrida, mas um grupo inteiro que divide os mesmos ideais.
Em Falcão e o Soldado Invernal, os Apátridas são um grupo de extremistas anti-patriotas que querem fazer a mesma coisa que o Apátrida dos quadrinhos: eliminar todo e qualquer conceito de patriotismo e divisão de países.
Eles também querem que o mundo volte a ser o que era antes do Blip (a reversão dos efeitos da Dizimação após o Estalar de Dedos de Thanos).
Isso dá a entender que, durante os 5 anos que se passaram, quando metade do universo tinha desaparecido, a humanidade ficou mais unificada. Com o retorno das pessoas exterminadas, as divisões voltaram – e esse grupo ficou possesso com isso.
Isso não significa que os Apátridas do UCM queiram matar metade do universo novamente. Eles querem manter a filosofia de sociedade que existia antes dessas pessoas voltarem.
Assim como o Apátrida do quadrinho, Karli Morgenthau está usando violência para conseguir o que quer, dizendo que esta é a única língua que eles conhecem.
É interessante ver como a Marvel conseguiu reinventar um personagem tão obscuro, já que o Apátrida era um vilão “lado C” e, por isso, quase ninguém lembrava que ele existia. Os estúdios transformaram um único indivíduo numa facção inteira, muito mais condizente com o momento da franquia.