O Google divulgou em seu site uma atualização sobre o desenvolvimento da tecnologia capaz de ler receitas médicas. Anunciado no fim de 2022, a IA está passando pelos seus primeiros testes. O recurso será usado através do Google Lens e ainda não tem data para ser lançado.
Em dezembro, o Google revelou a pesquisa da tecnologia em um evento na Índia. A empresa também publicou um artigo na Nature Communications, uma das revistas da Nature, referência global em artigos científicos. Em seu site, o Google apresenta um “compilado” do seu artigo científico com os planos futuros da tecnologia.
Google explica desenvolvimento da IA leitora de “garrancho”
O Google criou esse primeiro protótipo da inteligência artificial usando dados públicos de receitas encontradas na internet — mas nenhum paciente estava associado aos documentos. Depois, a IA foi usada em receitas de pacientes e internados, sem identificá-los, para avaliar a sua eficácia.
A Big Tech também criou um sistema que reescreve textos para parecer que foi feito por um médico. Aqui não fica claro se o programa apenas faz textos com abreviações ou simula a caligrafia de garrancho — nada contra, também escrevo assim.
Um desafio da tecnologia é “unificar” o uso de diferentes abreviações e estruturas de receitas médicas. Um exemplo hipotético: um hospital usa “MS” para “multiple sclerosis” (esclerose múltipla) e outro utiliza a mesma abreviação para “mental status” (estado mental).
A IA precisa contar com um banco de dados amplo para entender o contexto. A outra dificuldade disso é que buscar receitas de pacientes reais pode guardar informações pessoais.
Na publicação em seu site, o Google explica que adaptou textos médicos com um algoritmo, reescrevendo-os com abreviações, para formar o banco de dados da IA. Desse modo, os desenvolvedores da tecnologia colocavam receitas médicas com palavras reduzidas no input, recebendo como resposta o texto com as abreviações expandidas.
Google tem concorrentes na área
A Alphabet não está “criando a roda” aqui. Há alguns anos, a Fyostudiodr e a TVTGroup lançaram apps que tem a mesma proposta de ler os garranchos nas receitas médicas. A diferença é que o Google quer usar as tecnologias de IA para desenvolver um produto mais ágil nessas leituras.
A empresa ressalta ainda que a ideia não é que a IA substitua o farmacêutico, mas que o auxilie nas leituras mais difíceis. Afinal, eles podem ser extremamente experientes em traduzir as receitas, mas uma ajudinha as vezes cai bem.